O primeiro voo da Força Aérea Brasileira (FAB) para resgatar brasileiros em Israel já
está a caminho da cidade de Tel Aviv. A aeronave partiu de Roma, na Itália, às 11h42,
horário local (6h42, horário de Brasília), desta terça-feira (10). O avião deve chegar ainda
hoje em Israel.
Conforme informações da missão Operação Voltando em Paz, da Força Aérea
Brasileira (FAB), o voo deve retornar ao Brasil na madrugada desta quarta (11) e pousar em
Brasília por volta da 1h. O plano é que, ao todo, sejam direcionadas seis aeronaves. O
Ministro das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty) informou que foram registrados cerca
de 2,3 mil pedidos de repatriação na embaixada em Tel Aviv. Os pedidos envolvem,
principalmente, turistas que se encontram nas cidades de Tel Aviv e Jerusalém.
Sobre a repatriação, o Itamaraty reforça que o foco inicial é atender aqueles que não
possuem meios de voltar para casa. “Os candidatos à repatriação serão acomodados em listas
de prioridade. Em um primeiro momento, deverão ser priorizados os residentes no Brasil, sem
passagem aérea”, explicou o órgão.
Em relação aos brasileiros que foram atingidos pelo conflito, o Itamaraty confirmou a
morte de Ranani Nidejelski Glazer. Em nota divulgada na manhã desta terça-feira (10), o
governo federal lamentou a morte e afirmou que repudia os atos de violência.
Mesmo com os ataques mais concentrados nas regiões mais próximas da Faixa de Gaza,
região da Palestina, há no total 20 mil brasileiros vivendo entre Israel e Palestina no geral.
A base de dados do Itamaraty a respeito das Comunidades Brasileiras no Exterior
indicam que são, respectivamente, 6 mil pessoas na Palestina e 14 mil em Israel.
Por dentro do conflito
O conflito começou após o Hamas, de surpresa, atacar regiões próximas da Faixa de
Gaza no último sábado (7). Com a primeira ofensiva, Israel reagiu bombardeando regiões da
Palestina, tanto na Faixa de Gaza quanto na Cisjordânia. Os ataques e contra-ataques entre o
Hamas e israel entraram em seu quarto dia de combates.
O mais novo conflito entre Hamas e Israel reacendeu os desentendimentos que vinham
desde a transição do século XIX e XX. Segundo o professor de história Wesley Carvalho, as
migrações dos judeus e o interesse para a criação de um estado para eles foi um precursor para
o conflito entre o que se conhece hoje como Israel e a Palestina.
Wesley explica que desde 1917 já havia uma procura para um terra que atendesse os
judeus e fosse próximo a terra prometida de Jerusalém. Isso se concretizou quando a
Organização das Nações Unidas (ONU), em 1948, instalou o estado de Israel em terras da
Palestina.
“Consequentemente, você tem Israel se fixando com o apoio internacional, do Ocidente, na região e os palestinos sendo renegados ali no seu antigo território. Eles [Palestina] tinham o desejo de autodeterminação”, detalhou Wesley.
HAMAS
Entre idas e vindas das ofensivas, grupos se formaram ao longo dos conflitos nas
regiões. O Hamas, que começou os ataques no último sábado (7), é um deles. O Hamas, parte
do Movimento Islâmico da Palestina, foi criado nos anos 80 com uma organização política e
miliar.
O grupo luta pela permanência dos palestinos nas terras e a expulsão do povo
israelense. Para o Hamas, os territórios que hoje abrangem Israel não pertencem a eles. Mas
sim à Palestina