Um suposto grupo conhecido como Orcrim, que estaria envolvido no tráfico ilegal de medicamentos veterínários, foi alvo de investigações da Coordenação de Repressão às Drogas do Distrito Federal (CORD). Nesta terça-feira (5), foram expedidos 23 mandados de busca e apreensão contra os indivíduos que teriam ligação com o esquema no DF, São Paulo (SP) e no Rio de Janeiro (RJ).
Nas imagens divulgadas pela corporação, é possível ter dimensão da estrutura utilizada para armazenar os remédios à base de cetamina. Segundo o delegado responsável pelo caso, Rogério Henrique de Oliveira, a substância é um anestésico veterinário que tem sido utilizado para uso recreativo.
As apurações da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) apontaram que a Orcrim teria começado as atividades em 2021 com a fundação de uma agropecuária, em SP, para facilitar o acesso à droga. Dentre as movimentações financeiras, o grupo teria arrecadado cerca de R$ 7 milhões com a venda irregular do entorpecente somente em 2022.
A CORD identificou que, para não levantar suspeitas, a associação teria montado uma “equipe” de pessoas jurídicas e físicas com documentos falsos. Até uma médica veterinária, que não teve sua identidade divulgada, teria se unido ao esquema para que os suspeitos fossem cadastrados no sistema de controle de aquisições de medicamentos do Ministério da Agricultura.
Com o acesso fácil, a venda ilegal e superfaturada foram viabilizadas. “Cada ampola de cetamina era comprada por R$ 90 a R$100 e revendida a traficantes locais por R$ 400, tornando-se o lucro altamente”, explicou a CORD à Atividade News. Os entorpecentes, em sua maioria, eram enviados aos compradores por meio dos correios.
Além das buscas e apreensões, seis mandados de prisão foram encaminhados. As contas bancárias dos suspeitos também passaram por bloqueios.
Atividades do grupo no DF
As movimentações da associação no DF foram detectadas em fevereiro deste ano pela PCDF. De acordo com o órgão, dois indivíduos foram identificados ao receberem pacotes suspeitos de cetamina. Em uma das entregas da empresa, os investigadores apreenderam R$ 25 mil em cetamina. Ao todo, eram 252 fracos.