A leitura do relatório da senadora Eliziane Gama na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro durou cerca de oito horas nesta terça-feira (17). De acordo com o documento de 1333 páginas, a ação foi planejada e orquestrada, com a manipulação de massas por meio de um discurso de ódio. O objetivo, segundo a parlamentar, seria dividir cada vez mais a população, com a tentativa de descredibilizar as instituições democráticas e o sistema eleitoral.
No texto, a senadora do PSD do Maranhão pediu 61 indiciamentos de indivíduos que estariam envolvidos nos ataques. Entre os nomes se destacam o do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro e da parlamentar Carla Zambelli. Além dessas figuras, pessoas ligadas à cúpula de Bolsonaro também entraram na lista. São os casos do ex-ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto; o ex-presidente de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República do Brasil, general Augusto Heleno e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Confira a lista completa de indicados no link a seguir:
- Jair Messias Bolsonaro;
- Walter Souza Braga Netto;
- Augusto Heleno Ribeiro Pereira;
- Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira;
- Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira;
- Almir Garnier Santos;
- Marco Antônio Freire Gomes;
- Mauro Cesar Barbosa Cid;
- Luís Marcos dos Reis;
- Ailton Gonçalves Moraes Barros;
- Antônio Elcio Franco Filho;
- Jean Lawand Júnior;
- Anderson Gustavo Torres;
- Marília Ferreira de Alencar;
- Silvinei Vasques;
- Carlos José Russo Assumpção Penteado;
- Carlos Feitosa Rodrigues;
- Wanderli Baptista da Silva Junior;
- André Luiz Furtado Garcia;
- Alex Marcos Barbosa Santos;
- José Eduardo Natale de Paula Ferreira;
- Laércio da Costa Júnior;
- Alexandre Santos Amorim;
- Jader Silva Santos;
- Fábio Augusto Vieira;
- Klepter Rosa Gonçalves;
- Jorge Eduardo Barreto Naime;
- Paulo José Ferreira de Souza Bezerra;
- Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues;
- Flávio Silvestre;
- Rafael Pereira Martins;
- Filipe Garcia Martins Pereira;
- Tércio Arnaud Tomaz;
- Fernando Nascimento Pessoa;
- José Matheus Sales Gomes;
- Alexandre Carlos de Souza e Silva;
- Marcelo de Ávila;
- Maurício Junot;
- Carla Zambelli;
- Marcelo Costa Câmara;
- Ridauto Lúcio Fernandes
- Meyer Nigri;
- Adauto Lúcio de Mesquita;
- Joveci Xavier de Andrade;
- Mauriro Soares de Jesus;
- Ricardo Pereira Cunha;
- Enric Juvenal da Costa Laureano;
- Antônio Galvan;
- Jeferson da Rocha;
- Vitor Geraldo Gaiardo;
- Humberto Falcão;
- Luciano Jayme Guimarães;
- José Alípio Fernandes da Silveira;
- Valdir Edemar Fries;
- Júlio Augusto Gomes Nunes;
- Joel Ragagnin;
- Lucas Costa Beber;
- Alan Juliani;
- George Washington de Oliveira Sousa;
- Alan Diego dos Santos Rodrigues;
- Wellington Macedo de Souza.
A relatora da CPMI acredita que o que ocorreu no dia 8 de janeiro foi uma junção das ideias e ações propagadas pelo Bolsonarismo desde 2018. Em leitura do relatório com os titulares e suplentes da CPMI, Eliziane reforçou como a manipulação criou um efeito cascata.
“A democracia brasileira foi atacada: massas foram manipuladas com discurso de ódio; milicianos digitais foram empregados para disseminar o medo, desqualificar adversários e promover ataques ao sistema eleitoral; forças de segurança foram cooptadas”, leu Eliziane durante a apresentação do documento. Os crimes considerados para os ataques foram:
- Dano qualificado;
- Explosão;
- Incitação ao crime;
- Associação criminosa;
- Corrupção passiva;
- Prevaricação;
- Crimes contra o Estado de Democrático de Direito (abolição e golpe de Estado);
- Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural;
- Impedimento ou embaraço ao exercício do sufrágio;