As celebrações do Dia da Independência em Brasília tiveram início nesta sexta-feira (1º), com a abertura da Exposição da Semana da Pátria, no estacionamento Ana Lídia, do Parque da Cidade. Em 2023, o slogan da comemoração do Sete de Setembro é Democracia, Soberania e União.
Até domingo (3), de 9h às 17h, estão expostos ao público, gratuitamente, equipamentos militares das três Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) e de outros órgãos de segurança como a Polícia Federal, o Corpo de Bombeiros Militares do Distrito Federal e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
No local, o público já pode conferir as embarcações, a cavalaria, ambulâncias, armamentos, maquetes de navios militares, rastreadores de metal, aeronaves e até blindados e outros carros de combate usados em operações. Nas tendas dispostas lado a lado, os profissionais de cada força estão à disposição para explicar aos visitantes como atuam diariamente e qual o objetivo de cada trabalho realizado. Além disso, os visitantes poderão assistir a apresentações de bandas militares, nos três dias do evento.
Experiências
Para entender melhor, os visitantes podem vivenciar a rotina dos militares e interagir.
Na tenda da Marinha do Brasil, o simulador de paraquedismo com óculos virtual, provoca fila de crianças que querem experimentar a sensação de voar e ver a paisagem do alto. O estudante Pietro Osaka, de 8 anos, foi uma das crianças que se aventurou. A mãe, a funcionária pública Fabiana Osaka quer passar ensinamentos ao filho com a visita. “Muita gente pensa que a defesa é só em caso de guerras ou quando há um monte de militar lá na Esplanada dos Ministérios. Mas, a defesa não é só isso. Trago meu filho para desenvolvimento dele, para entender o militar, a educação militar, os valores militares, sem contar que tem a parte da lúdica e, também, para saber como funciona, quais são os equipamentos que o Brasil tem”.
Na fila para uso do mesmo equipamento, a estudante Sophia Campolino prometeu trazer os primos no fim de semana para repetir os experimentos que ela aprovou. A mãe, a militar do Exército Regiane Gonçalves, trouxe a filha pela segunda vez a uma exposição do gênero para a menina aproveitar mesmo. “A gente a trouxe para ela conhecer as outras Forças [Armadas], participar e experimentar tudo”.
No dia da abertura da exposição, o passeio a cavalo esteve entre os mais procurados. A bancária Magali Souza Alves acompanhou no chão a volta que a filha Marcela Alves de Carvalho, de 8 anos, deu montada em um dos animais. “A exposição é muito interessante e desperta a curiosidade”, celebrou a mãe. Ao apear do cavalo, Marcela definiu a experiência como difícil e desafiadora, ao mesmo tempo. A estudante gostou.
A nutricionista Andréa de Oliveira trouxe o filho para experimentar a história fora dos livros. “É importante para sair dos livros e conhecer as histórias da Primeira e Segunda Guerras [Mundiais], para saber que existem pessoas que têm isso como profissão de verdade e que colocam em risco suas vidas.”
No estande do SAMU/192 do Distrito Federal, o técnico em enfermagem, Bernardino José Costa Rocha, é um dos responsáveis por mostrar como são feitos salvamentos e ensinar como o familiar pode agir para socorrer outra pessoa em situação de engasgamento ou de parada cardiorrespiratória, enquanto os profissionais de saúde não chegam ao local. No decorrer do ano, este mesmo trabalho é realizado no projeto Samuzinho, dentro das escolas do DF. “Esses são momentos ímpares, quando podemos estar próximos à população, passando a ela informações importantes que podem repercutir e salvar vidas. Nós ensinamos tudo de forma simples e prática, porque muitas pessoas veem esses procedimentos como complexos e temos o objetivo de desmistificar isso”.
O gerente comercial Vasco Vinícius Barbosa Fontes aprendeu o passo a passo das manobras básicas de ressuscitação cardiorrespiratória (RCP), com compressões fortes e rápidas, no peito de um boneco de treinamento. Vasco Vinícius aprovou a experiência de primeiros socorros. “A gente não conhece nada e, em cinco minutos, aprende o que tem que ser feito no caso de mal estar. Isso pode salvar uma vida”.
Já os bombeiros militares do DF trouxeram um vasto arsenal de equipamentos usados para salvar vidas e apagar o fogo florestal e em espaços urbanos também. Para realizar o resgate aquático de afogados, o público pode conferir botes infláveis, coletes, flutuadores e o cesto para transporte de até quatro pessoas ao mesmo tempo, que foi usado na tragédia do rompimento da barragem de minérios de Brumadinho (MG), há quatro anos.
No combate às chamas, estão expostos roupas e capacetes especiais e até um balde dobrável, com capacidade para 370 litros de água usado por helicópteros para despejar água sobre incêndios.
A dona de casa Denise Pereira de Souza trouxe três dos quatro filhos e diz ter ficado surpresa com o que viu. “É uma tecnologia que a gente nem imagina ter no Brasil. É muito bacana, pois é muito completo, e poucos têm essas informações. Mas, deveriam levar para as escolas também, em um dia especial de demonstração de tudo isso”.
O advogado Breno Almeida Rodrigues revelou que tem curiosidade para saber como funcionam os equipamentos usados por militares “Pensava que a gente não tinha esse tipo de equipamento tecnológico, evoluído. E quando a gente vem olhar de perto, percebe que tem sim, e bem avançado. Eu fico muito surpreso e contente, até porque também tem um pouco de curiosidade para esses equipamentos. Em casa, fica pesquisando, vendo outros países comprando e a gente percebe que tem, também, aqui no Brasil”.
No simulador de um navio, o visitante terá a experiência virtual de realizar exercícios táticos na Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro, enfrentando situações como ventos e chuvas, cerração e, inclusive, o mar agitado.
A arquiteta de 27 anos, Maryelle Nascimento, acompanhada do pai, aprovou as experiências. “Justamente isso é o interessante da exposição, porque torna acessível um conhecimento que muitas vezes está muito longe da população. Aqui, a gente tem contato com equipamentos e com os profissionais que a gente não tem comumente”. O pai dela, o motorista de aplicativo Sérgio Carlos, é um entusiasta deste tipo de exposição e defendeu a repetição de eventos como esse. “Sou admirador nato do militarismo. Gosto muito dos equipamentos, das atividades. Esse contato com a população faz com que as pessoas tenham mais proximidade e conheçam mais da atividade. Afinal de contas, a gente está tratando da defesa do país e é importantíssimo”.
O espaço do Programa Antártico Brasileiro (Proantar) traz a réplica da Estação Antártica Comandante Ferraz, construída na calota de gelo. E ainda, um painel para fotos, para retratar o visitante como se estivesse no ambiente gelado, com a vestimenta adequada. O canto atrai a atenção do servidor público, Marcelo Pereira, que levou a filha Vitória, no intervalo do almoço. “Na escola dela, às sextas-feiras, tem a hora cívica e os alunos cantam os hinos Nacional e da Bandeira. A Vitória gosta muito deste dia”.
O autônomo Enilson de Castro Marciel levou os dois filhos e a esposa à exposição. Ele confessou que tinha o sonho de seguir a carreira militar, mas não conseguiu. “Vim porque eu nunca tinha passado por essa experiência, eu sempre tive curiosidade. E quis entrar também em alguma dessas Forças, na Marinha ou a Aeronáuticas. Não deu, mas sempre foi meu sonho. Já fiz curso para a polícia”.
Profissionais
Quem vai desfilar pela segunda vez, na festa do Dia da Independência, será o soldado do Exército Ruan Gabriel Henrique da Costa, de 20 anos. O militar é um dos 22 integrantes da pirâmide Humana, uma das atrações mais aguardadas pelos familiares dele, no desfile cívico-militar de 7 de setembro. No estande do Exército, Ruan explica aos visitantes como eles se preparam nos treinos durante todo o ano. “Começamos treinando a seco, com o esqueleto da pirâmide parado. Então, todos os colegas vão subindo até pegar o jeito e, depois, a gente começa a treinar em movimento, na avenida em frente ao Quartel General do Exército, até o 7 de setembro.”
O sargento do Exército, Ramon Jonas Damasceno Moreira, está lotado no Regimento de Cavalaria de Guardas do Comando Militar do Planalto, os Dragões da Independência, e se considera realizado na função. “É muito gratificante para mim servir o regimento que sonhei desde criança. É o que eu queria. E quando tive a oportunidade de servir, fiquei muito feliz. E fui conhecendo o quartel e foi me apaixonando cada dia mais pelo cavalo e pela profissão também”.
O terceiro sargento do Corpo de Bombeiros Militares do Distrito Federal, Elton Silveira Dias, destaca a união das forças de segurança. “As forças se uniram e estão com várias oficinas. Na área do Corpo de Bombeiros, a equipe de salvamento, de combate a incêndio em edificações, combate à dengue em uma junção com a Vigilância Ambiental. Então, o evento tende a mostrar a força unida e o potencial, aqui no DF, com todos os equipamentos empregados”.
Serviço
Exposição da Semana da Pátria
Datas: 1º a 3 de setembro
Horário: 9h as 17h
Local: estacionamento Ana Lídia, do Parque da Cidade de Brasília
Fonte: Agência Brasil