Dado início a agenda de setembro para os depoimentos da CPI dos ataques anti-democráticos, nesta segunda-feira (4), o general Carlos Penteado foi ouvido na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). O depoimento do ex-secretário do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) durou cerca de quatro horas.
No meio da “sabatina” de perguntas sobre os ataques à Praça dos Três Poderes, Carlos Penteado afirmou que não recebeu avisos sobre a situação que teria sido enviada pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). O GSI, no período, estava sob controle do ex- ministro Gonçalves Dias.
“Se a coordenação de análise de risco tivesse tido acesso ao teor dos alertas encaminhados ao ministro G.Dias pelo diretor da ABIN, Saulo Moura, teríamos impedido a invasão do Palácio do Planalto”, disse o general. Ao longo do depoimento, Carlos Penteado deixou evidente que uma “falha de comunicação” teria ocorrido entre os setores.
Em relação ao acampamento em frente ao QG do Exército, o depoente disse que não cabia ao GSI monitorar o local. Segundo Carlos Penteado, a princípio não havia informações de que os indivíduos estariam planejando um golpe. Com as alegações, parte dos integrantes da CPI acreditam que o general Gonçalves Dias, responsável pelo GSI, tenha mentido para a comissão em seu depoimento.
O deputado distrital Thiago Manzoni (PL) reforçou que Gonçalves Dias teria sido incoerente. “Ele [G. Dias] mentiu para nós de forma descarada”, contou Manzoni. As revelações desta segunda-feira (4) foram somente o inícios do depoimentos. Confira a agenda da CPI para as próximas semanas a seguir:
Data | Depoentes |
14/09 | Valter Delgatti Neto |
21/09 | Coronel Paulo José Fernandes |
28/09 | Ana Priscilla Azevedo |
05/10 | Major Cláudio Mendes dos Santos |
09/10 | Capitão José Eduardo Natale de Paula Pereira |
19/10 | Saulo Moura da Cunha |
26/10 | Coronel Reginaldo Leitão |