Técnicos das áreas de infraestrutura do Senado e da Organização das Nações Unidas se reuniram nesta semana para compartilhar soluções de acessibilidade para as sessões do Sistema ONU. Também participaram do encontro assessores da senadora Mara Gabrilli (PSD-SP), que foi reeleita como perita no Comitê da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CRPD) e vem articulando com a administração do Senado soluções de acessibilidade que possam ser implementadas na sede da organização internacional. Assim como o Palácio do Congresso Nacional, a sede da ONU foi projetada por Oscar Niemeyer.
Atualmente, os cadeirantes não têm acesso ao púlpito da Assembleia Geral, mas de acordo com a senadora, o modelo brasileiro poderá contribuir para mudar essa realidade.
— Levamos marreta por onde passamos e hoje o Congresso está acessível para todo e qualquer cidadão com deficiência. Nada mais justo levarmos esse exemplo à ONU, a incubadora dos direitos humanos no mundo — destacou a senadora.
Na reunião, a equipe do Senado destacou os estudos realizados para tornar o plenário do Senado acessível. O trabalho começou em 2006 e foi entregue em 2019. O diretor da Secretaria de Infraestrutura do Senado, Nelvio Dal Cortivo, explicou que a equipe buscou a menor intervenção possível no local e destaca que a adaptação foi feita depois de um estudo que compatibilizasse as particularidades do ambiente, que é tombado pela Unesco, as necessidades dos cadeirantes e as normas de acessibilidade.
Hoje, o Senado é acessível tanto nas salas de comissão quanto no Plenário e, desde 2016, a Casa conta com o Plano de Acessibilidade, um instrumento de gestão que trata de ações relacionadas à promoção de acessibilidade para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Para a diretora-geral da Casa, Ilana Trombka, o trabalho do Senado em garantir a acessibilidade e conservar a originalidade do edifício se tornou uma uma referência.
Primeiras movimentações
O primeiro contato com a administração responsável pelo prédio da sede da ONU foi realizado em junho durante a 17ª Conferência dos Estados Partes da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (COSP). Na oportunidade, a delegação brasileira encaminhou um ofício à Secretaria-Geral das Nações Unidas apontando a falta de acessibilidade para cadeirantes proferirem os seus discursos do púlpito. Desde então, as equipes da senadora Mara Gabrilli, do Senado e da ONU vêm tratando do assunto.
Fonte: Agência Senado