Uma investigação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) apontou que, pelo menos, dez lojas do DF podem estar envolvidas em um esquema de venda ilegal de armas de fogo. Segundo a PCDF, as armas eram vendidas e não contabilizadas em seus estoques. Ou seja, as empresas emitiam notas fiscais de saída de mercadorias sem notas de entrada.
Nesta terça-feira (19), foram cumpridos 27 mandados de busca e apreensão. A operação “Processo Legal” é coordenada pela Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária, vinculada ao Departamento de Combate a Corrupção e ao Crime Organizado (DOT/DECOR).
Um cliente fez a denúncia. O atirador desportivo teria comprado uma arma e ao realizar o trâmite para o registro, o Exército negou a autorização, alegando que a nota fiscal era falsa. O homem contou que procurou os empresários responsáveis pelo estabelecimento comercial e eles ofereceram uma arma de fogo com numeração raspada e caixas de munição para que a vítima desistisse da investigação, o que foi recusado. Em seguida, os responsáveis pela loja teriam ameaçado a vítima de morte.
Um despachante e um policial militar estariam envolvidos no esquema. A Receita Federal do DF cooperou com a investigação.
De acordo com a PCDF, foi identificado que as lojas de armas envolvidas no esquema falsificavam notas fiscais para sonegar impostos e ocultar a venda ilegal de armas de fogo. “Os suspeitos, que ainda serão identificados, podem responder por crimes como associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documento particular, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e comércio ilegal de armas de fogo e munições. As penas previstas para esses crimes podem ultrapassar 20 anos de prisão”, destaca o diretor do Decor, delegado Leonardo de Castro.